Parvovirose em Cães
O que é a Parvovirose canina?
Trata-se de uma doença altamente contagiosa que ocorre essencialmente em Cachorros não vacinados.
É causada pelo Parvovírus canino, que pertence ao género Parvovirus, sendo caracterizado por ter um diâmetro muito reduzido. O seu nome deriva da palavra Parvo, que em Latim significa pequeno. Para além disso, esta partícula viral possui uma cápsula exterior esférica, sem envelope e afeta principalmente as vilosidades intestinais em multiplicação, atacando também as células do sistema imunitário e em casos mais raros as células do miocárdio (músculo cardiaco).
Como se transmite o Parvovírus canino?
O Parvovírus tem uma trasmissão feco-oral. Isto significa que o vírus é excretado nas fezes de animais doentes e infeta outros cães que tenham contacto com partículas virais, nomeadamente através das mucosas nasais e orais, ou por ingestão. De realçar que este vírus são extremamente resistente no ambiente, podem permanecer durante vários anos fora de um hospedeiro e expostos aos elementos naturais.
Como se desenvolve a Parvovirose canina?
Para se replicar, os Parvovírus, necessitam de células com elevado índice mitótico, isto é, células que se estejam constantemente a dividir. Os locais de eleição, onde podemos encontrar células com estas características são o sistema hematopoietico (e imunitário), assim como o trato gastrointestinal de animais jovens.
Sendo assim, os Parvovírus, ao afetar tecidos como a medula óssea, levam à destruição dos glóbulos brancos (que são as células de defesa), causando uma situção grave designada por neutropenia. Este fenómeno deixa os cães susceptíveis a graves infeções bacterianas.
Já no intestino delgado, o Parvovírus tem preferência pelas células das criptas intestinais, que são responsáveis por colonizar todo o intestino. É por esta razão que a característica mais reconhecido de uma Parvovirose é uma gastroenterite hemorrágica.
Após uma infeção, os sinais clínicos demoram entre 3 a 12 dias para aparecer (o chamado período de incubação, em que o vírus atacou o organismo, mas ainda não causou doença clínica). Os animais podem desenvolver diarreias com sangue, vómitos, falta de apetite, prostração, febre, e por vezes, desidratação. Muitos tutores procuram a consulta de urgência julgando que os cães se encontram envenenados.
Qual o tratamento da Parvovirose canina?
Se não for tratada atempadamente, a Parvovirose pode tornar-se fatal.
O tratamento para a Parvovirose canina, é sintomático e de suporte, e geralmente necessita que o animal seja hospitalizado. O segredo está em corrigir todas as alterações causadas pelos vírus, da forma mais rápida possível para equilibrar o organismo e ajudá-lo a expulsar a doença.
Os principais componentes do tratamento incluem:
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Antibióticos - são necessários devido à destruição da barreira gastrointestinal, que coloca o animal em elevado risco de infeções bacterianas secundarias.
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Anti-eméticos – para ajudar na resolução dos vómitos e da náusea.
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Maneio de dor - alguns animais podem exibir uma forte dor abdominal, portanto o maneio de dor é importante no tratamento;
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Suporte nutricional - numa fase inicial, a ingestão de alimentos é interrompida, até que os vómitos estejam controlados. Nesta etapa é utilizada alimentação endovenosa de forma a manter o aporte de nutrientes essencial à recuperação. De seguida, são fornecidas pequenas quantidades de alimento e/ou água, de preferência alimentação gastrointestinal.
- Fluidoterapia – combate a desidratação e fornece uma via para administrar glucose, vitaminas e minerais, enquanto o animal não está apto para se alimentar voluntariamente. São necessárias monitorizações e correções constantes de tudo o que o vírus for alterando, podendo ser necessário recorrer às transfusões de plasma, contendo anticorpos de outros animais previamente imunizados.
Como prevenir?
A melhor forma de prevenir uma infeção por Parvovírus canino é através da vacinação.
Os cachorros podem começar a ser vacinadas contra a Parvovirose a partir das 5 semanas de idade e ainda na presença da mãe. Posteriormente são necessários dois reforços adicionais: um às 8 semanas e o último passadas 3 a 5 semanas.
Os protocolos vacinais permitem o fortelecimento da imunidade, sendo extremamente eficazes muito seguros.
Até o cachorro estar completamente imunizado, deverão ser evitados os contactos com outros cães, ou os passeios em locais frequentados por outros cães. Nunca esquecer que estes vírus podem ser transmitidos por objetos contaminados, como por exemplo sapatos ou roupa.
Os Parvovírus são extremamente resistentes no meio ambiente, não sendo destruídos pela maioria dos detergentes e desinfetantes comuns.
Contudo, o vírus pode ser inativado com recurso a Hipoclorito de Sódio (a tradicional lixívia).
Em caso de dúvida não hesite em contactar o seu veterinário assistente!
Artigo realizado por:
Revisto por: Ricardo Almeida